Dilma teve sua grande chance, há algumas semanas, quando um grupo de empresários, em enlace com parte do Congresso e da Justiça, jogou uma boia de salvação para sustentá-la no cargo. Consideravam, não se sabe bem por que, que seria melhor com ela do que sem ela. Devem ter se arrependido amargamente.
A resposta de Dilma veio na forma da amplificação de seus erros, culminando com o envio do orçamento deficitário que precipitou o país no limbo dos maus pagadores. O desespero presidencial incluiu a renitência no aumento de impostos e agora chega ao ponto de propor legalizar jogos de azar, medida execrável sob quaisquer aspectos. Por isso, hoje nem quem se dispunha a apoiá-la apoia mais.
A petista apostou todas as suas fichas num pacote cujas principais medidas – melhor seria dizer únicas – são aumentar impostos. Propostas que, quase certamente, não passarão pelo crivo do Congresso, porque não encontram eco na sociedade. Com isso, ela mesma se pôs num beco sem saída. Agora reforça, por meio de diversos ministros, que “não tem plano B”, à guisa de aumentar a pressão pela aprovação do pacote recessivo.
A presidente sofre resistências disseminadas, vindas de todos os quadrantes da sociedade brasileira – exceção feita, quem diria, aos banqueiros. Trata-se de forma sutil de os diferentes atores políticos, econômicos e sociais lhe negarem apoio. É como se dissessem que com ela não topam mais sacrifícios, com ela não dá mais pé.
Ao contrário da presidente, a oposição e a sociedade têm seu plano A: ajudar o país a encontrar alternativas, sem Dilma e o PT, mas sempre dentro dos limites constitucionais. Isso ficou, mais uma vez, claro ontem em Brasília, em duas ocasiões.
Na Câmara, com a entrega de um pedido de impeachment da presidente endossado por vários partidos e entidades da sociedade civil. No Senado, por meio de seminário promovido pelo ITV elencando saídas que em nada se parecem com o pacote de maldades, vento e remendos apresentado pela presidente e sua turma na segunda-feira.
O plano A da oposição não se encerra numa agenda de reformas e alternativas diametralmente oposta ao que o PT pode oferecer. Contempla a superação das dificuldades atuais, livrando o país de uma governante e de um governo que não exibem mínimas condições políticas e econômicas nem credibilidade para continuar no comando da nação. O plano A, da oposição e da sociedade brasileira, é um Brasil sem Dilma e sem o PT.