Ninguém que leve a sério a democracia dirá que o governo da Venezuela é democrático. Não por causa do incidente recente com os senadores brasileiros; não, isso vem de longa data, pois quem o instalou foi o falecido Hugo Chávez, inventor dessa figura patética chamada Nicolás Maduro.
Chávez, no começo de sua aventura política, já mostrara quem era ao tentar chegar ao poder por meio de um golpe militar. Deu-se mal e mudou de tática: passou a explorar o antiamericanismo, inventou o tal socialismo bolivariano e prometeu ao povão tudo o que lhe faltava. No poder, tratou de desmontar a estrutura legal do Estado venezuelano e pôs nos lugares-chaves –Forças Armadas, Judiciário e Legislativo– gente sua. Já no final, pouco antes de adoecer gravemente, conseguiu que o Congresso aprovasse sua reeleição sem limites. Enfim, desejava perpetuar-se no poder até morrer. Por ironia do destino, o conseguiu.
Hugo Chávez era, sem dúvida, um líder político, coisa que Maduro não é; ainda assim, após a morte de Chávez, elegeu-se presidente da Venezuela e logo mostrou quem era: passou a dizer que conversa com Chávez tendo como intermediário um passarinho e, pouco depois, criou o vice-ministério para a “Suprema Felicidade do Povo”. E como ainda assim sua popularidade vem caindo, inventou que os Estados Unidos estão se preparando para invadir a Venezuela e derrubá-lo. Diante de uma tal ameaça, pôs as Forças Armadas em prontidão. Parece piada, mas é a mais pura verdade.
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