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Como a igualdade de género fez da Suécia um país mais rico

Foto: Corbis Images

“Papá em licença parental!” pode ler-se num cartaz da década de 70, quando a Suécia se tornou o primeiro país do mundo a acabar com a “licença de maternidade” e a criar a mais neutra “licença parental” Foto: Revista 2

“Papá em licença parental!” pode ler-se num cartaz da década de 70, quando a Suécia se tornou o primeiro país do mundo a acabar com a “licença de maternidade” e a criar a mais neutra “licença parental” Foto: Revista 2

*Publicado na edição de 17 de maio de A Revista 2, de Portugal

Andreia Sanches (em Estocolmo)

O país tem um Governo que se autodesigna “feminista”. Que quer impor quotas nas maiores empresas obrigando-as a ter 40% de mulheres a mandar. E pressionar os casais a partilhar mais as licenças parentais.

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Um folheto que promove Estocolmo como destino turístico e de negócios fala da reconhecida qualidade do ar que aqui se respira e das águas límpidas dos lagos. Explica que esta é uma capital com muito talento, uma cidade “aberta” e cosmopolita. Fala da moda, da gastronomia, das lojas de design e de como é seguro viver aqui. E mais isto: “50% da população é solteira, por isso há uma forte possibilidade de encontrar a sua alma gémea em Estocolmo!”

A frase que segue o ponto de exclamação acrescenta que esta é “a cidade ideal para constituir família”. Afinal, “os pais têm direito a 480 dias de licença parental por cada filho e as crianças pequenas têm acesso a jardins de infância subsidiados”. E posto isto: “Bem-vindo a Estocolmo!”

Sim, falar de licenças parentais é suficientemente “sexy” para se colocar em duas páginas destinadas aos visitantes estrangeiros num texto da responsabilidade da agência pública que faz a promoção da cidade. Pelo menos na Suécia é.

O país que ocupa o 4.º lugar (em 142) no ranking do Fórum Económico Mundial que mede a igualdade de género (depois da Islândia, da Finlândia e da Noruega) era, nos anos 60 do século passado, um dos que tinham piores taxas de natalidade na Europa. Hoje é dos que têm das mais elevadas — Portugal é a que tem a mais baixa da União Europeia dos 28. O que é que igualdade de género tem que ver com os bebés que nascem? E com a performance económica de um país?

“A nossa ideia sobre a igualdade de género é que é uma questão de direitos, sem dúvida, mas é também algo que permite uma série de ganhos sociais, que permite atingir vários objectivos”, diz a muito pragmática ministra sueca para a Igualdade, Åsa Regnér, numa tarde chuvosa de Abril num encontro com um grupo de jornalistas estrangeiros na sede do seu ministério. “Desde logo, o objectivo do crescimento económico. A possibilidade de usar toda a competência e capacidade da mão-de-obra existente — e havendo mais mulheres a sair das universidades com graus académicos, mais do que homens, temos de fazer uso desse investimento que se está a fazer nelas. Isto é bom para os indivíduos, mas também para toda a sociedade.”

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