De acordo com reportagem do Globo desta terça-feira (12), os fabricantes de televisores Samsung e LG, a Whilrpool, dona das marcas Brastemp e Consul e as montadoras de motocicletas foram as empresas que mais demitiram. Na Whilrpool, além da fábrica de Manaus, os cortes atingiram as unidades de Joinville ( SC) e Rio Claro (SP). Ao todo, a empresa eliminou três mil vagas.
Para o presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (Ciam), Wilson Périco, de outubro a fevereiro, 10 mil trabalhadores haviam sido demitidos. Somando-se março e abril, são mais de 15 mil postos cortados.
O empresário afirmou ainda que as expectativas para este ano não são boas. “O consumidor está com medo de perder o emprego e não compra esses produtos mais duráveis. Ele só não deixa de comprar alimentos”, avaliou.
Segundo a publicação, o temor do desemprego, a inflação alta e a queda do consumo diante das incertezas sobre a extensão do ajuste fiscal são fatores citados pelos economistas para o movimento de demissões na indústria.
O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, “a difícil situação do emprego no setor de bens de consumo é apenas parte de um quadro de dificuldades muito maior no mercado de trabalho”.
“O nível de desemprego, a persistir esse quadro, deve ficar de dois a três pontos acima do registrado no ano passado. Isso significaria que o desemprego medido pela Pnad Contínua do IBGE, hoje em 7,9%, pode passar de 10% até o fim do ano. No caso da taxa do Dieese, que se situa em 10%, pode chegar a 13%”, disse.