O levantamento feito pelo instituto MDA sob encomenda da CNT indica que 64,8% dos brasileiros têm avaliação negativa do governo da presidente, percentual praticamente igual aos 62% aferidos pelo Datafolha na semana passada. 77,7% reprovam o desempenho pessoal de Dilma como presidente, a pior marca já medida pelo instituto neste quesito.
“Os resultados mostram queda expressiva da popularidade da presidente e da avaliação do governo, em consequência, principalmente, da piora da situação econômica, do aumento da inflação e do custo de vida, do risco de desemprego, da piora nos serviços públicos e da corrupção, que passa a ser relacionada fortemente ao governo e à presidente da República”, sintetizam os pesquisadores.
O espírito geral é de desalento. Quando questionados se o governo do PT pode melhorar sua atuação em cinco diferentes áreas (emprego, renda, saúde, educação e segurança), nunca mais de 15% dos entrevistados concordam com a possibilidade.
Quando o assunto é corrupção, Dilma aparece de mãos dadas com seu tutor. Para 69%, ela é culpada pela roubalheira descoberta na Petrobras, quase o mesmo percentual (68%) dos que acham que Lula também tem responsabilidade no cartório. Para 90%, a debacle econômica atual é decorrência da corrupção e da má gestão pública no país.
É expressivo o pessimismo dos brasileiros em relação ao futuro do país. Para 88% dos entrevistados, a economia brasileira está em retrocesso ou, na melhor das hipóteses, parada. Uma das maiores ameaças é a inflação: 68,7% acham que o governo do PT não manterá o compromisso com o controle dos preços.
São minoria os que põem fé nas medidas anunciadas por Dilma para reverter a crise que ela mesma criou ao longo do primeiro mandato. Para 66,9% dos pesquisados, as medidas tomadas atualmente pelo governo petista não serão capazes de tirar o país do buraco em que se encontra; 82,9% acham que Dilma não está sabendo lidar com a difícil situação.
Diante destes resultados, deverá ser fugaz o alento produzido pela decisão anunciada ontem pela Standard & Poor’s de não rebaixar, por ora, a nota de crédito do Brasil. A agência aposta no êxito do governo em aprovar no Congresso o pacote de medidas amargas do arrocho fiscal. Se isso acontecer, Dilma Rousseff possivelmente atrairá a ira de muito mais gente. Trata-se de caso de raro ocaso precoce de uma presidente.