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PSDB Mulher SP reúne candidatas para avaliação da campanha e define estratégia para 2016

 PSDB-Mulher SP 

Nesta quarta-feira (29/10) o PSDB Mulher São Paulo reuniu as candidatas que participaram do pleito deste ano para uma avaliação da campanha e dos resultados obtidos. Foram 22 as mulheres que o PSDB SP registrou para concorrer a cargos eletivos de deputado Estadual e Federal. A presidente do Secretariado de Mulheres, Nancy Ferruzzi Thame, explica que o objetivo é ampliar a participação das mulheres que tenham trabalho propositivo e condizente com as políticas públicas defendidas por elas, que tenham participação efetiva na política partidária e, por consequência, nas campanhas eleitorais, visando sua maior presença nos parlamentos e na administração pública. “Daqui vamos extrair os pontos que devem ser melhorados, elencar as dificuldades ainda não superadas e criar estratégias que resultem em ações afirmativas neste sentido”, disse.  No encontro promovido pelo PSDB Mulher São Paulo, as candidatas relataram suas experiências na campanha e também contribuíram com sugestões sobre como o partido pode apoiar mais assertivamente a sua participação. Um documento extraído dessa reunião servirá para nortear as ações do Secretariado para até o pleito de 2016, em âmbito municipal.

O PSDB Mulher tem investido no empoderamento de lideranças em todo o Brasil. Em São Paulo, cursos de formação política, encontros regionais que também ajudaram a consolidar o Secretariado em diversas regiões do estado foram atividades que desenharam uma nova realidade, mas ainda há muito que se fazer para que o espaço na política seja de fato legitimado para as mulheres. A presidente abriu a reunião com as candidatas fazendo um breve histórico do movimento de mulheres no PSDB, desde a formação do Secretariado estadual. Depois falou dos avanços até as políticas de governo para as mulheres, no âmbito nacional. “Fomos mais de 1000 mulheres entrando na convenção, em 2013, para cobrar os 30% de nossa participação no contexto político-partidário, garantido no estatuto do partido”, relembrou Nancy. De dentro para fora, o movimento tem crescido e busca também capilaridade em todos os segmentos do PSDB. Há mulheres a serem identificadas com a causa do empoderamento no Tucanafro, no Diversidade, no Sindical, na Juventude e, o resultado que se espera é o fortalecimento de uma presença que ecoa a sociedade, haja visto a representatividade das mulheres em todos os setores.

Na política, o Brasil viu nestas eleições o número de eleitoras ultrapassar  a metade do universo de votantes (52,13%) apontado pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Porém, o Brasil caiu na posição mundial sobre igualdade de gêneros. O relatório Global Gender Report 2014, divulgado nesta semana, mostra que o país ficou na 71ª posição em um total de 142 nações analisadas em igualdade de gêneros. O recuo interrompe uma escalada brasileira na tabela, desde 2010, quando ocupava o 85º lugar entre 135 países.  Depois das eleições, o TSE divulgou o registro 26.172 candidaturas em 2014, 8.131 foram de mulheres. Destas, 6.449 foram homologadas, o que configura o não cumprimento da cota de 30%, na prática. O Senado terá cinco mulheres, sendo que duas foram reeleitas. Com as que já estão em mandatos, serão 11 as senadoras, uma a mais do que o quadro atual. Na Câmara dos Deputados, serão 51 deputadas, entraram seis parlamentares. Na Assembléia Legislativa de São Paulo, serão 11 deputadas num cenário de 91 cadeiras ocupadas, haverá uma mulher a menos do que atualmente. Cinco deputadas foram reeleitas. No geral, a presença de mulheres no Congresso Nacional não chega a 15% para 2015.

 

Experiência e continuidade

Entre as mulheres que disputaram as eleições em São Paulo, ficaram experiências, lições e a vontade de seguir. “Não me senti usada para preencher cota pelo meu partido porque estive em uma campanha com o intuito de criar um caminho”, afirmou a advogada, com formação em Ciências Sociais e atuação na área de Segurança Pública, Jani de Paula. Márcia Viviani, técnica em Administração e com atuação na área da Saúde Pública considera a campanha uma oportunidade. “Como fui vítima de violência e sobrevivi a isso, ainda mais vivendo num país em guerra, sei o que as mulheres que vi em situação parecida e convivendo com outros problemas que são do nosso país passam. Me senti útil em poder levar esperança, vou adiante”, contou.

 

Algumas estavam pela primeira vez se candidatando, enfrentaram dificuldades não somente financeiras, mas também em lidar com alianças para atingir objetivos, estratégia, saídas para questões logísticas e até para enfrentar o preconceito inerente a um ambiente ainda muito masculino. “Fui a lugares onde me perguntavam se eu não tinha medo de ser uma mulher e tentar entrar ali, disputar voto. A campanha me fez conhecer mais a realidade dura da região onde centrei meu trabalho, o Vale do Ribeira”, conta Linda Saba, que tem a assistência social como base de sua atuação. Para ela, o maior desafio das mulheres é ser valorizada na estrutura político-partidária, antes mesmo de ganhar os votos nas ruas. Patrícia Marcondes, disse ter contado com apoio financeiro de empresas simpáticas à sua causa, políticas para recursos hídricos, com forte viés ambiental, mas também defende mais estrutura e atenção às mulheres para que consigam levar adiante a bandeira da maior participação na política. “Defendo o voto distrital, fiz minha campanha no Vale do Paraíba, com enfoque na preservação das nascentes, reuni ambientalistas, grupos afins, mas acho que o alcance das candidaturas e o melhor desempenho para que consigamos chegar é o voto distrital”, conclui. Marisa Deppman, candidata a deputado Federal com a bandeira da redução da maioridade penal teve 19.426 votos e contou com amigos do filho, Victor, morto em um assalto, em 2013, para alavancar sua campanha. “São alunos de comunicação da faculdade, me deram muito apoio e minha campanha cresceu nas redes sociais. Mas acho que questões como a exposição no programa de TV durante a campanha eleitoral e o apoio técnico precisam ser revistos”, disse a advogada, que deve seguir militando pela causa.

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