Só nos últimos dias foram três episódios, todos da maior gravidade. Primeiro, soube-se que três ex-diretores da empresa, e não apenas um, podem estar envolvidos em desvios de recursos da estatal durante as gestões petistas. Estima-se que o esquema criminoso tenha surrupiado R$ 10 bilhões do caixa da Petrobras ao longo dos últimos anos.
Em revelações feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso desde março na Polícia Federal, surgiram também os nomes de Renato Duque, de sabidos laços com o PT, e de Nestor Cerveró, que comandou a área internacional da companhia. Todos ocuparam seus cargos durante período em que Dilma Rousseff presidiu o conselho de administração da Petrobras.
Anteontem, vieram à tona novas conclusões do Tribunal de Contas da União acerca da construção da Abreu e Lima. Trata-se, como se sabe, da mais escandalosa obra já realizada até hoje pela Petrobras, cujo custo multiplicou-se por nove e agora beira R$ 40 bilhões. É a mais cara refinaria de petróleo já feita em todo o mundo.
Segundo o TCU, a obra em Pernambuco apresenta sobrepreço de pelo menos R$ 1,9 bilhão e teve quatro de seus contratos superfaturados em quase R$ 370 milhões. Numa conta rápida, só com esta bolada seria possível fazer creches suficientes para abrigar 300 mil crianças – e cumprir parte da promessa que Dilma passou longe de honrar…
Hoje, no escândalo da hora, O Globo informa que Paulo Roberto Costa admitiu em seus depoimentos à PF que recebeu US$ 23 milhões no exterior para facilitar contratos de empreiteiras com a Petrobras. A grana suja está depositada em contas bancárias já bloqueadas na Suíça.
Dilma costuma repetir que o governo dela combate a corrupção como nunca antes na história. Mas terá que explicar por que, quando ainda era ministra da Casa Civil, em 2009, recebeu denúncias de “indícios de irregularidades graves” nas obras da Abreu e Lima e simplesmente deixou o processo ser arquivado sem chegar a lugar nenhum, como mostra também O Globo hoje.
As ligações dos petistas com estas usinas de lama são tão umbilicais que, segundo a Folha de S.Paulo, as fontes de recursos para as campanhas do partido estão secando depois que começaram a vir à tona as origens inescrupulosas de parte do dinheiro que move o moinho eleitoral do PT. São engrenagens da cadeia de produção da corrupção.