Uma postura, no mínimo, equivocada e que foge inteiramente aos padrões de quem pretende governar um país com a dimensão politica, econômica e social do Brasil.
É, sem meias palavras, um gesto de profunda desonestidade intelectual por sequer citar a fonte que a inspirou; o governo Fernando Henrique Cardoso no seu 2PNDH, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Como imaginar que uma candidata que prega o fim da “velha política”, o fim da dicotomia que, segundo ela, empobrece o debate político, possa tentar enganar a população brasileira?
Como acreditar na originalidade de suas outras propostas se, em uma delas, importante para a sociedade, Marina plagia ideia de terceiros, de um adversário político, sem qualquer constrangimento?
É normal, natural e até mesmo salutar que governantes, ou mesmo candidatos, copiem de eventuais adversários políticos aquelas propostas que considerem corretas e que possam trazer benefícios a população desde que, é claro, deem crédito a quem de direito.
Copiar até pode, mas dê o crédito.
Faz parte do processo democrático e a população é que se beneficia quando há a continuidade de programas, de ações governamentais ou mesmo de discussões que enriquecem e esclarecem a opinião pública.
Diversas gestões tucanas municipais e estaduais em todo o território nacional adotaram programas de governos anteriores, de outros partidos, aprimorando-os. Mas nunca esqueceram de dar os nomes aos bois, de apontar o autor original da ação governamental.
Marina, em seu afã de apresentar um Plano de Governo, optou por copiar as boas ideias contidas no 2 PNDH de Fernando Henrique Cardoso, sem citar o autor do programa. Além disso, na sua pressa infantil, apoiou e depois desapoiou o casamento gay, para mais tarde tentar “corrigir” o que chamou de lapso.
Como bem definiu nosso candidato a Presidente da República, Aécio Neves, o gesto dela surpreendeu a todos e revelou o improviso que vive sua campanha socialista e a falta que faz uma equipe de assessores que lhe dê sustentação séria e fundamentada. Em outras palavras, sua incapacidade de administrar.
Mas Marina Silva não é a primeira opositora do PSDB a fazer isso e nem a primeira que tenta se apropriar do ideário tucano. Os governos petistas na Presidência da República tentaram se apoderar das ações dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, como a estabilidade econômica e os programas sociais que redundaram no bolsa família.
Marina Silva parece trilhar a mesma e perversa doença da imaturidade e cegueira política que contamina algumas lideranças e partidos brasileiros. Como se só eles fossem capazes de formular e implantar programas, como se o Brasil só existisse depois dos governos deles…