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Em dia de missa para Sérgio Guerra, a homenagem de Teotonio Vilela

Foto: PSDB

Foto: PSDB

O Brasil perdeu recentemente  um de seus mais valorosos homens públicos, o pernambucano Sérgio Guerra.

Da boa amizade que mantivemos nesses muitos anos,  guardei exemplos de coragem política e de um trabalho incessante em favor da transformação social que precisamos fazer no País. O sangue nordestino nas veias lhe movia uma permanente indignação em relação às dramáticas desigualdades que nos afligem e permanecem intocadas especialmente nas áreas mais pobres de nossa região.

Os muitos caminhos da vida pública nos aproximaram diversas vezes.

Assim como eu, Sérgio presidiu nacionalmente o PSDB. Costumávamos dizer, no nosso jeito nordestino de ser, que tínhamos em comum a capacidade de “ajeitar homens”, para, de forma divertida, definir a política de conciliação que sempre procuramos conduzir dentro do nosso partido.

Nesses últimos anos à frente da Executiva Nacional, Sérgio inaugurou com convicção um necessário processo de renovação do PSDB. Nesta direção, resgatou a grande obra reformadora do ex-presidente Fernando Henrique, recompondo a preciosa interlocução com movimentos importantes, como a representação das mulheres, dos sindicatos, dos negros e das minorias.

Foto: George Gianni/PSDB

Democrata por convicção, desconcentrou decisões e estimulou novas lideranças regionais a assumirem cada vez mais protagonismo. Assim abriu espaços nacionais, apoiando com entusiasmo no ultimo pleito lideranças emergentes, como Ruy Palmeira, em Maceió, Firmino Filho, em Terezina, e Daniel Coelho, em Recife. Não se contentava com uma presidência meramente institucional e tinha verdadeira aversão à burocracia de gabinete. Por isso, fazia questão de andar pelo país e estar, em cada lugar, ao lado dos companheiros, independentemente das expectativas. Entendia a política assim, como prática leal e solidária, e também como processo em pleno movimento, sempre.

No Congresso Nacional, era voz respeitada e atuava com grande discernimento e espírito público. A natural vocação para o entendimento, jamais lhe tomou um rigoroso senso de responsabilidade. Era um crítico feroz das mazelas e desarranjos que pontuavam na vida pública, que tantas vezes vocalizou da tribuna, sem temer retaliações. Sua última e grandiosa tarefa, à frente da presidência nacional do Instituto Teotônio Vilela, foi iniciar a confecção de um novo programa para a social-democracia brasileira, que representasse, como ele sempre dizia, “um novo projeto de país”.

Não há como não resgatar da memória um outro lado deste pernambucano arretado, generoso, culto, mas ao mesmo tempo homem simples:  enfrentava as muitas vicissitudes que a vida lhe reservou com um bom humor e uma alegria inigualáveis. Era um otimista por natureza, sempre enxergando possibilidades e avanços onde só havia desafios e problemas.

Orgulha-me muito ter estado ao lado de Sérgio Guerra nesses longos anos. O legado que ele nos deixa – para os tucanos, para Pernambuco e para a política brasileira – nos ensina que é preciso perseverar e acreditar  no país justo que um dia todos juntos sonhamos.

 

Teotonio Vilella Filho é governador de Alagoas pelo PSDB

A missa de um mês de Sérgio Guerra acontece nesta terça-feira (08), às  19h30, na Catedral Metropolitana de Brasília

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