Depois que Indira Gandhi inscreveu seu nome na história da Índia, conduzindo com desenvoltura um país patriarcal, e que Margaret Tratcher recuperou a economia inglesa não ficando atrás dos homens que a antecederam , o mundo passou a respeitar mais as mulheres como gestoras e estadistas, independente da corrente ideológica que viessem a abraçar.
Foi, portanto, com arguto senso de oportunidade que o ex-presidente Lula apresentou ao Brasil há quatro anos uma mulher, a atual presidente Dilma, como candidata à sua sucessão. Favorecida pela ousadia num país em que as mulheres só tinham conseguido até então comandar estados pequenos, Dilma se beneficiou da popularidade do padrinho e da boa performance econômica da época para chegar ao topo da administração pública nacional.
Se desse certo, garantiria às mulheres lugar cativo nos maiores postos da administração pública nacional. Se desse errado, poderia, ao invés de abrir, fechar as portas para o mundo feminino.
Com a administração de quatro anos já caminhando para o seu final, Dilma suscita de norte a sul do país um clamor inexorável por mudanças. Sua popularidade está no limiar dos 40%, segundo as últimas pesquisas, e as notícias ruins só fazem crescer, mostrando que 60% dos brasileiros hoje desejam mudar a condução do país, caminhando para a oposição.
A saúde, a educação, a segurança e a mobilidade urbana do Governo foram amplamente reprovadas nos protestos de junho quando o povo foi às ruas exigir o padrão Fifa dos estádios da Copa para os serviços públicos nacionais.
E, nos últimos tempos, começou a despencar o último setor que ainda sustentava a popularidade da atual presidente e que garantiu sua eleição: a economia.
O país enfrenta déficit histórico nas contas públicas, a inflação voltou a crescer – já alcança os dois dígitos se considerados os preços dos alimentos- o endividamento das famílias registra índices históricos e o PIB cresceu apenas 2,3% em 2013, abaixo da média mundial e dos demais países emergentes.
Esta semana a Economist Intelligence Unit, consultoria ligada ao respeitado jornal britânico The Economist, previu que o Brasil que em 2012 passou a ocupar o lugar de 7ª economia do mundo, pode cair para 9ª posição, sendo ultrapassado pela índia e pela Rússia, nos próximos anos.
Além disso, o Brasil já enfrentou 10 apagões na administração da atual presidente, a Eletrobrás está sem recursos e a Petrobrás transformou-se em um vexame esta semana quando foi obrigada a fazer manobras contábeis para dar lucro. Resultado: as ações da empresa despencassem nas Bolsas de Valores.
Onde está agora o presidente Lula que vendeu a imagem de Dilma ao país em 2010? Há poucos dias quando a presidente foi a São Paulo para o aniversário do PT e esperava sua presença ele preferiu a companhia do ex-presidente Bill Clinton, viajando aos Estados Unidos.
Como se não bastasse, protagonizou um dos mais lamentáveis episódios na vida de uma mulher que precisa se firmar como gestora, afirmando a amigos que o que Dilma precisa é “arranjar um marido” para melhorar o humor.
O ex-presidente foi desrespeitoso com a presidente e com todas as mulheres ao fazer esta afirmação até agora não desmentida. Em outros países estaria sendo alvo de protestos nas ruas mas, infelizmente, no que se refere às mulheres, o Brasil ainda está muito longe da perfeição. O próprio Lula é a maior prova disso.
Deputada Estadual- PSDB/PE