Com tamanha capacidade de se desdobrar, não é surpresa ver os novos indicadores do empreendedorismo no Brasil que apontam para uma expressiva participação feminina nesse segmento importante da economia brasileira.
Hoje, de cada dez empresas em atividade no setor, três são comandadas por mulheres.
O dado integra o Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, em parceria do Sebrae com o Dieese. O estudo analisou o perfil de gênero nos pequenos negócios com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões entre os anos de 2001 e 2011.
Nesse período, o número de empreendedoras no Brasil cresceu 21,4% enquanto a participação dos homens subiu apenas 9,8% no mesmo intervalo de tempo. O maior crescimento ocorreu na região Norte do país, com 80%, seguido da região Cento Oeste com 43%.
Mas é no Nordeste que as mulheres lideram o ranking de empreendedorismo. Mais da metade dos pequenos e micros negócios nordestinos pertencem a mulheres, exatos 51,8%, superando a média nacional de 49,6%, segundo dados de outra pesquisa, a do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae.
O perfil das mulheres empreendedoras que montam seu próprio negócio e começam sua atividade empresarial se divide entre aquelas entre 40 e 64 anos (52% do total) e jovens entre 18 e 39 anos (41,3%).
Nada menos do 40% delas são chefes de família e 70% delas tem pelo menos um filho.
O estudo revela ainda que as mulheres dão mais atenção aos clientes, investem mais em capacitação, sabem conciliar melhor do que os homens as atividades pessoais e profissionais. Elas são mais detalhistas, sensitivas e intuitivas, conseguem aliar as características de coragem, iniciativa e determinação, com a sensibilidade, intuição e cooperação.
Ou seja, tudo o que sabemos, fazemos e convivemos no nosso cotidiano a pesquisa retratou com precisão, dando números e perfis científicos à nossa realidade como mulher, mãe, profissional e empreendedora.
É resultado da maior participação da mulher no mercado de trabalho, na busca de novos desafios no empreendedorismo e mais um passo em nossa emancipação.
Mas só isso não basta. Precisamos mudar a nossa realidade nos nossos lares, dividindo mais as tarefas domésticas, por exemplo.
No mercado de trabalho exigir equiparação salarial, acabando com essa inaceitável discriminação salarial, que ainda persiste.
Do Poder Público, também exigir serviços públicos de qualidade, mais eficientes e com maior apoio com creches e escolas em tempo integral.
Aos pouco, nesse ou aquele segmento, vamos repetir o que ocorreu no empreendedorismo, que já é nosso.
Sempre com muito esforço, luta e dedicação.
Presidente nacional do PSDB-Mulher