Lutamos pela igualdade de gêneros, pelo fim da violência contra a mulher, contra o preconceito e a discriminação em todos os campos da atividade humana. Disso não arredamos o pé, por mais que existam incompreensões, visões equivocadas e atrasadas em nosso dia a dia, seja em casa, na rua ou no local do trabalho.
Uma pesquisa divulgada nesta semana, pela empresa de recrutamento Catho, revela o quanto temos que caminhar para que o Estado, a sociedade, as empresas e nossos companheiros reconheçam nosso direito de ocupar um lugar no mercado de trabalho, sem discriminação.
Essa pesquisa revelou o que já sabíamos, mas numa dimensão maior, ainda mais discriminadora contra a mulher brasileira: mais da metade delas deixa o mercado de trabalho para se dedicar exclusivamente ao filho. Nada menos do que 53% das mulheres que tem filho deixam o emprego e apenas 18,6% delas retorna ao mercado de trabalho.
E esse retorno é lento e demorado. Cerca de 25% delas só consegue retornar ao mercado de trabalho depois de um a dois anos. Especialistas apontam diferentes razões para essa demora, mas basicamente a pesquisa indica que as mulheres esperam a criança conseguir uma certa autonomia, ao completar um ano de vida, e acaba por aceitar propostas salariais inferiores ao que recebiam antes da maternidade.
Até mesmo nesses casos há um preconceito do mercado em acolher o retorno da mulher comparativamente ao homem: de seis meses contra cinco.
Mas a pesquisa trouxe boas novas para as mulheres brasileiras. Elas aumentaram significativamente sua presença nos cargos diretivos das empresas, com crescimento médio de 60% – entre 2002 e 2013 – nas funções de gerencia, de coordenação, especialmente nas áreas de medicina, recursos humanos, educação e administração pública.
Mesmo assim ainda temos um longo caminho a percorrer no mercado de trabalho. Somos 45% desse mercado, porém ocupamos apenas 7,9% dos cargos de diretoria, 7,7% dos conselhos de administração e 3,5% dos cargos de presidente.
É um longo caminho a percorrer.