É esse o caso do estudo do DIEESE realizado a pedido do jornal O Globo que revela que as mulheres e os negros são os mais discriminados no mercado de trabalho brasileiro, mesmo em uma situação em que a taxa de desemprego é relativamente pequena.
Nele, constata-se que as mulheres e os negros são a maioria entre os desempregados e ainda mais numerosos entre aqueles que procuram um novo emprego há mais de um ano.
As mulheres são 53,9% do total de pessoas que procuram emprego há menos de um ano, percentual que sobe para 63,2% quando se referem aqueles que estão desempregados há mais de um ano.
O estudo indica uma aparente contradição, na verdade um quadro dramático: quanto menor a taxa de emprego do país, maior é a discriminação contra as mulheres e os negros.
Segundo o DIEESE, em 1999 quando a taxa de desemprego estava próxima dos 20%, mulheres e negros representavam cerca da metade dos desempregados há mais de um ano. Em 2012, quando o desemprego estava na casa dos 10%, as mulheres e negros nessa situação representavam cerca de 60%.
Essa perversa discriminação se tornará ainda mais crítica nos próximos meses, quando já surgem os fortes indícios de piora do mercado de trabalho. Porque, também nesse caso, os segmentos mais atingidos na demora para a reinserção no mercado de trabalho são as mulheres e os negros, os grupos sociais mais vulneráveis. As mulheres mais afetadas são as com baixa escolaridade, pobre e com filhos pequenos.
Paralelamente a esse quadro, vive-se em um país em que o governo federal não possui qualquer política pública voltada exclusivamente para esses segmentos. Não há um adequado programa de qualificação e requalificação profissional, nem mesmo um diagnóstico das razões e fatores discriminatórios.
Esse governo jamais teve e nunca terá a mulher como prioridade em suas politicas públicas, infelizmente.
*Primeira vice-presidente do PSDB-Mulher