Por Solange Jurema
Para quem hoje comemora a entrada na casa dos 19 anos de vida, a estabilidade dos preços é uma realidade de um cotidiano que permite a todos e a cada de um nós programar o seu futuro com tranquilidade. Não conheceram a hiperinflação e nem têm ideia do que isso representa na vida das pessoas.
Esses brasileiros e os que eram menores – hoje na faixa dos 35 anos de idade – desconhecem o que significa viver num país em que a cada dia os preços subiam alucinadamente numa brutal hiperinflação, que alcançou os inimagináveis 2.500% ao ano, nos idos de 1993.
Foi preciso muita determinação, muito planejamento, muita perseverança e muita preocupação com o povo para eliminar essa verdadeira praga da vida dos brasileiros.
A ida ao supermercado se transformava num verdadeiro pesadelo e até mesmo um exercício de imaginação e de malabarismo para saber o que exatamente se levaria para casa.
Nós, mulheres, enfrentávamos as prateleiras com galhardia, de olho nas maquininhas de remarcar preços que conviviam com os nossos olhares à procura do melhor preço. Era uma verdadeira corrida contra o tempo.
Quantas vezes nossas amigas empregadas nos supermercados, antes de remarcar o preço, nos avisavam que em seguida haveria uma nova mudança no valor do arroz, do feijão, da manteiga.
Essa cena inverossímil para as jovens mulheres dessa geração – que se criou ou mesmo nasceu no ano de criação do Plano Real – era a realidade que fazia parte do nosso cotidiano.
Nessa época também começamos a conhecer um pouco mais de inglês e de economia com o aparecimento do overnight, over tudo, e outros termos que aprendemos para garantir um pouco de poder aquisitivo de nossos cruzeiros, cruzeiros reais.
Traumatizados com o Plano Collor e sua virulência que confiscou milhares de cruzeiros e sonhos de milhões de brasileiros, frustrados com o fracasso de outros planos econômicos, o Plano Real devolveu ao brasileiros a esperança de que se poderia construir um novo país.
A partir do Plano Real, da eleição de Fernando Henrique Cardoso, de sua reeleição, o país mudou. Lei de Responsabilidade Fiscal, Privatizações, Telefonia Celular e programas sociais do Comunidade Solidária – para citar alguns – transformaram definitivamente o Brasil e seu povo.
Não é a toa que um dos motivos dos brasileiros irem às ruas – segundo indicam as pesquisas – é a insatisfação com a inflação que já corrói o poder aquisitivo de todos, especialmente dos que ganham menos.
Conquista do povo, o Plano Real e a consequente estabilidade econômica devem ser preservados como um dos pilares da qualidade de vida do brasileiro e que não pode ser destruídos pela incompetência de um governo petista.
* Presidente nacional do PSDB Mulher