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“’Sou feliz sendo prostituta.’ Será, presidente?”, por Thelma de Oliveira

psdb_mulherO governo da presidente Dilma Rousseff não se acanha e não parece medir esforços para, em cada semana, aprontar situações grotescas que chocam a opinião pública nacional. Depois do vexame do corre-corre do Bolsa Família, chegou a vez de mais uma trapalhada, agora no Ministério da Saúde.

Sem que o ministro da Saúde soubesse, o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e Hepatites Virais do ministério divulgou uma inusitada e polêmica campanha nas redes sociais chamada “Sou feliz sendo prostituta.”

A surpreendente e rápida ação do ministro demitindo o diretor do departamento – fato raro na gestão petista que continua abrigando os “aloprados” da Caixa Econômica Federal – não apagou mais essa péssima ação do governo Rousseff, que semanalmente nos “brinda” com trapalhadas como essa.

Qualquer campanha de prevenção e de combate é sempre bem vinda porque esclarece, conscientiza e estimula as pessoas a agir corretamente. Então, a ideia de estimular o uso de camisinhas para os homens que mantêm relação sexual com prostitutas não está errada.

O que está errado e equivocado é confundir as coisas, propositadamente ou não. Uma coisa é você falar de prevenção contra doenças transmissíveis, outra é, de maneira explícita, dizer que as mulheres são felizes por serem prostitutas.

Há um abismo entre as duas realidades e que se aprofunda quando nos voltamos para a triste realidade brasileira, onde meninas, algumas impúberes, são prostituídas de maneira vil e doentia nas rodovias desse imenso interior do Brasil.

Levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 2012 aponta que existem 1.776 pontos de exploração sexual de meninas menores de idade nas rodovias brasileiras. As rodovias BR-230, a 116, a 101, a 364, a 153 e a 163 são responsáveis por quase a metade dos pontos identificados pelo relatório da PRF.

Ainda segundo o documento da Polícia Rodoviária, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a organização internacional Childhood Brasil e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, cerca de 65% dos locais vulneráveis à exploração sexual ficam em áreas urbanas. Desde 2005, a PRF resgatou 3.215 crianças e adolescentes que viviam sujeitas à essa exploração.

Os números são dramáticos e se referem apenas à exploração de crianças, obrigadas a usar o corpo para, na maioria das vezes, terceiros de apropriarem dos recursos auferidos.

É uma indignação  para um país como o Brasil.

Portanto, o Ministério da Saúde jamais deveria ter disponibilizado nas redes sociais uma campanha com um slogan tão nefasto como “Sou feliz sendo prostituta.”

O que o governo deveria fazer era estabelecer políticas públicas para o combate implacável à exploração sexual e definir ações preventivas para aquelas que, maiores de idade, possam se proteger, e aos seus eventuais parceiros que pagam por sexo.

Mas nunca imaginar que alguém possa ser feliz prostituindo o corpo.

 *Vice-presidente nacional do PSDB-Mulher

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