No Congresso Nacional continua a desarticulação política de sua enorme base aliada e a tentativa de impor a vontade palaciana aos parlamentares, numa clara e persistente tentativa de desmoralizar o Poder Legislativo.
Foi o caso da Medida Provisória dos Portos, aprovada pelo Senado Federal em um dia, tolhendo essa instituição e seus integrantes de cumprir o papel Constitucional, de Casa revisora. Não puderam rever nada e a maioria governista impôs uma nova derrota à democracia e ao povo brasileiro.
Uma vergonha e um acinte que, mais uma vez, constrangeu toda a classe politica brasileira, o Senado Federal, em especial, e serviu de base para o protesto difuso e generalizado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, de caracterizar os partidos como de “mentirinha” e ver o Parlamento “subjugado ao Executivo.”
Toda a generalização é perigosa e imprecisa porque a realidade tem mil facetas e diversas e distintas situações. Estou segura, assim como o Brasil, que o ministro Joaquim Barbosa não se referia aos partidos de oposição, que não fazem tudo o que o Executivo quer.
A postura firme do PSDB e de outros partidos oposicionistas na mais longa sessão plenária da Câmara dos Deputados para retardar a votação da MP dos Portos, é a prova viva de que no país há ainda forças político-partidárias que resistem ao domínio governista no Congresso Nacional.
As incoerências internas da base governista expõem a fragilidade política do governo petista e revelam a enorme diversidade de interesses em sua base partidária no Congresso Nacional, com o surgimento de verdadeiras “fraturas expostas”, como a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás, conduzida pelo maior partido “aliado”
Mas não é só no Parlamento que se mostra a fragilidade do governo Dilma. A recente onda de boatos em alguns estados sobre o suposto fim do “bolsa família” demonstra como um governo alicerçado em propaganda enganosa não tem credibilidade e nem passa efetiva segurança à população.
Mais absurda foi a resposta oficial do governo, seja pela presidente Dilma Rousseff, ou seja pela sua ministra Maria do Rosário. Dilma mandou a Policia Federal investigar o “boato falso”, como se houvesse boato verdadeiro, para esclarecer essa “perversidade” .
Já a sua ministra de Direitos Humanos, na falta do que postar em seu twitter, resolveu, do nada, acusar a oposição, numa manobra politica para desviar o foco do descrédito do que governo em que participa para cima dos oposicionistas – manobra, aliás, usada sempre pelo chavismo.
As duas perdem tempo porque a origem dos boatos está no descrédito desse governo em áreas vitais como saúde, moralidade pública, controle de preços e outros. E nem mesmo o seu clientelismo populista resiste a um boato, que só ganha força quando o seu alvo é frágil, como é o governo Dilma Rousseff.
*1ª Vice-presidente do Secretariado Nacional da Mulher – PSDB-Mulher